Tecnologia que Aproxima Passado e Presente
Poder manter uma conversa com alguém querido que já não está mais fisicamente ao seu lado seria bom né? Essa é a proposta trazida pela 2Wai, uma startup americana que lançou um aplicativo revolucionário, capaz de criar avatares digitais interativos de pessoas falecidas. Por meio de inteligência artificial, o app reconstrói a voz, a aparência e até algumas recordações daqueles que partiram, possibilitando que familiares possam interagir com esses avatares como se estivessem presentes. “IA Que Traz Falecidos à Vida”

O vídeo promocional da 2Wai rapidamente se tornou viral na rede social X, acumulando mais de 4,1 milhões de visualizações. Nele, vemos situações comoventes: uma mulher grávida conversando com a versão digital de sua mãe já falecida, o avatar lendo histórias para o bebê e acompanhando seu crescimento ao longo dos anos, até o momento em que o neto já adulto anuncia à “avó digital” que ela será bisavó. A campanha encerra com a frase impactante: “Com a 2Wai, três minutos podem durar para sempre”, simbolizando a intenção de eternizar memórias de forma digital.
Críticas a Riscos Emocionais
No entanto, essa inovação não é unânime em sua recepção. O app tem provocado reações fortes, muitas vezes divididas, evocando comparações com o episódio “Be Right Back” da série Black Mirror, que retrata uma situação semelhante, na qual uma mulher lida com a perda do parceiro por meio de um modelo de inteligência artificial construído a partir de suas atividades online.
A possibilidade de substituir o processo natural do luto por interações virtuais com avatares digitais levanta questionamentos profundos. Especialistas apontam que essas simulações podem intensificar a dependência emocional, dificultando a superação da perda real. A representação de crianças estabelecendo vínculos com avatares, por exemplo, tornou-se foco das maiores preocupações, pois afeta públicos vulneráveis.
Além disso, a falta de transparência sobre como a tecnologia replica personalidade e memória a partir de poucos minutos de vídeos gera críticas. Questões legais acerca do consentimento e da privacidade também são levantadas, especialmente em relação ao uso da imagem e voz de pessoas falecidas, e ao potencial uso comercial dessas representações digitais.
Do ponto de vista tecnológico, a discussão avança para a possibilidade do uso da robótica para criar versões físicas desses avatares, o que amplia o debate ético e social que a sociedade precisa considerar com cuidado.

Luto Digital
Vivemos um momento em que a tecnologia redefine experiências humanas fundamentais, como o luto e a memória. A IA, como a da 2Wai, oferece um tipo de conforto para aqueles que necessitam de uma conexão contínua com seus entes queridos, especialmente em um mundo marcado por distâncias físicas e impossibilidades de despedida presencial.
Por outro lado, é necessário que a sociedade compreenda os limites dessa tecnologia para evitar que a representação digital se torne uma barreira para o enfrentamento saudável da perda. O “luto digital” deve servir como um complemento, e não um substituto, para as relações reais e o processo natural de aceitação da morte.
A 2Wai, atualmente disponível para iOS com planos para lançar uma versão para Android, indica que o futuro reserva uma expansão das interações digitais com o passado. Cabe a cada pessoa, comunidade e profissional refletir sobre como equilibrar inovação e humanidade para que a tecnologia seja uma aliada da memória e do afeto, e não um obstáculo à vida.
FAQ: IA Que Traz Falecidos à Vida
1 – O que é o aplicativo 2Wai?
O 2Wai é um aplicativo de inteligência artificial que permite criar avatares digitais interativos de pessoas falecidas, usando poucos minutos de vídeo para gerar uma representação realista com voz, aparência e memórias digitais.
2 – Como funciona a criação desses avatares?
A tecnologia do 2Wai utiliza vídeos enviados pelos usuários para treinar uma IA que recria a persona digital do ente querido, possibilitando conversas em tempo real e interações que imitam o comportamento da pessoa falecida.
3 – O aplicativo é gratuito?
Sim, atualmente o 2Wai está disponível gratuitamente para dispositivos iOS, com opções de compras dentro do app. Uma versão para Android está em desenvolvimento para ser lançada em breve.
4 – Quais são as principais críticas sobre essa tecnologia?
Muitos questionam os impactos emocionais, como o risco de dificultar o processo natural do luto e criar dependência emocional dos avatares digitais. Questões éticas e legais também surgem, especialmente relacionadas a privacidade, consentimento e uso comercial da imagem dos falecidos.
5 – O que diferencia o 2Wai de outras tecnologias similares?
Além de criar avatares hiper-realistas, o 2Wai opera com tecnologias que mantêm controle rígido sobre as conversas e informações usadas, buscando oferecer interações seguras e respeitosas, ao mesmo tempo em que trabalha numa experiência social baseada em avatares reais.
Fontes:
- 1 – Artigo do site AS.com sobre 2Wai e seu vídeo promocional, com detalhes da tecnologia e debates éticos:
- as.com
- 2 – Reportagem da Ambito.com sobre o lançamento do app e sua proposta de construir um arquivo vivo da humanidade: ambito.com
- 3 – Matéria do 20minutos.es destacando a polêmica envolvendo o ex-ator Disney Calum Worthy, cofundador da 2Wai:
20minutos.es - 4 – Reportagem do TecnogamesBrasil.com.br detalhando o aplicativo e seu impacto no debate sobre vida digital após a morte:
tecnogamesbrasil.com.br - 5 – Análise do Hugogloss.uol.com.br sobre as críticas recebidas pela empresa e questões de transparência:
- hugogloss.uol.com.br
- 6 – Reportagem do IGN Brasil falando da controvérsia e do conceito de “arquivo vivo da humanidade” proposto pela 2Wai:
br.ign.com


